Foto: Fernando Frazão/Agencia Brasil
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Com o início do verão e o aumento das temperaturas, os
cuidados com a saúde devem ser redobrados, afirmou o diretor da Sociedade
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Julio Peclat. Em
parceria com a Sociedade de Cardiologia do estado do Rio de Janeiro (Socerj), a
entidade está alertando a população sobre as mudanças fisiológicas que as
elevadas temperaturas podem provocar no sistema cardíaco, além de
vasodilatação, que ocasiona inchaço nos membros inferiores.
“Do ponto de vista vascular, o calor gera um fenômeno
chamado vasodilatação. Você tem uma dilatação dos vasos e isso gera aumento da
estase venosa, ou dificuldade de o sangue dos membros inferiores chegar ao
coração. Isso se torna mais lento e, muitas vezes, esse sangue sai de dentro
para fora do vaso. Isso leva ao inchaço, aos edemas dos membros inferiores”,
explicou.
De maneira geral, esse fenômeno é benigno mas pode, também,
ser sinal de algum problema de saúde, como insuficiência venosa crônica, varizes,
edema linfático ou trombose, destacou o especialista. “Sempre que isso fugir um
pouco do normal, a dica é procurar um angiologista ou cirurgião vascular para
fazer um exame vascular mais detalhado”, disse Peclat.
Em função dos riscos, ressalta-se a importância de a
população ter alguns cuidados para diminuir a possibilidade desse inchaço. Realizar atividade física regular, evitar
ambientes muito quentes e exposição direta ao sol, evitar ficar muitas horas
sentado na mesma posição ou em pé, sempre caminhar um pouco, mesmo que seja
dentro do ambiente menor, são alguns desses cuidados.
Hidratação
A SBACV e a Socerj recomendam ainda que a pessoa tome, pelo
menos, entre dois e três litros de líquidos por dia, de preferência água.
“Nessa época do ano, a pessoa sua muito, perde muito líquido. Por isso, é
importante repor esse líquido”. A alimentação também deve ser leve, evitando
comidas gordurosas ou pesadas, dando preferência a carnes brancas e saladas. O
sal deve ser reduzido porque absorve muito líquido e pode colaborar para o
inchaço de membros inferiores e superiores.
Outra dica é evitar corridas e jogos de praia, como vôlei e
futevôlei, nos horários mais quentes, entre 10h e 16h (no horário de verão, de
11h às 17h), e usar bloqueador solar, boné, viseiras, óculos e chapéus. “Usar
tudo que tem direito para se proteger, porque o inchaço é um dos problemas
relacionados ao calor”.
Julio Peclat esclareceu que em pacientes mais idosos, que já
têm uma cardiopatia, há chances de o coração acabar sendo afetado pelas
temperaturas mais altas. “Ele vai perder mais líquido, porque o sangue fica
mais viscoso. Então, teoricamente, esse paciente fica mais suscetível a algum
problema cardiovascular”.
A desidratação pode ter efeitos graves para o paciente que
tem doença cardiovascular ou cardiovascular periférica, relacionados à perda do
nível de consciência, desmaios e queda de pressão arterial. “Tem que ter
cuidados, principalmente nos extremos: crianças e idosos. Porque, nessas fases,
os mecanismos responsáveis pela termorregulação não são tão eficientes",
adverte a SBACV. A ingestão de líquidos, insistiu o médico, protege rins,
coração, entre outros órgãos.
Edição: Amanda Cieglinski
Agência Brasil
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