Maduro assume governo interinamente e Venezuela se prepara para novas eleições
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assume o
governo interinamente e em 30 dias serão realizadas eleições
presidenciais. A decisão foi anunciada na madrugada de hoje (6) pelo
ministro das Relações Exteriores, Elías Jaua. Maduro, segundo pesquisas
de intenção de voto, aparece na liderança, seguido pelo governador de
Miranda, Henrique Capriles, que foi derrotado nas eleições de outubro
pelo presidente Hugo Chávez.
Não há detalhes sobre a data exata das eleições na Venezuela. Nos
últimos meses, os aliados de Chávez e a oposição apresentaram
interpretações divergentes sobre a Constituição, em caso da morte do
presidente da República – que foi reeleito em outubro para o quarto
mandato.
Capriles apelou ao governo para seguir a Constituição. “[Espero que o
governo venha a] agir estritamente no âmbito do seu dever
constitucional", disse ele. A oposição alega que a Constituição
estabelece que o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello,
assuma o governo em caso da morte do presidente.
Em dezembro, antes de seguir para Cuba, para a quarta cirurgia
destinada à retirada de um tumor maligno na região pélvica, Chávez
recomendou à população que Maduro assumisse o governo se ele ficasse
incapacitado. Na ocasião, a orientação de Chávez causou surpresa.
A Constituição determina que o presidente da Assembleia Nacional
assuma o poder se o presidente morrer antes de tomar posse. Chávez não
compareceu à posse agendada para 10 de janeiro, mas o Supremo Tribunal
aprovou um adiamento e decidiu que não haveria interrupção entre
governos.
O ministro das Relações Exteriores, Elias Jaua, anunciou que a
Venezuela terá uma semana de luto. Por sete dias, estão suspensas as
atividades escolares nas instituições públicas e privadas. O enterro de
Chávez ocorrerá sexta-feira (8), a partir das 10h. A previsão é que o
corpo seja enterrado na Academia Militar.
A presidenta Dilma Rousseff deverá comparecer ao enterro. Os
presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Uruguai, José Pepe
Mujica, confirmaram que estarão presentes nas últimas homenagens ao
líder venezuelano. Chávez morreu ontem (5) à tarde depois de lutar por
cerca de 20 meses contra um câncer na região pélvica.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil
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