Ceias de fim de ano também podem aliar pratos saudáveis e
saborosos
Programa ‘Meu Prato saudável’, do HC e do Incor, sugere receitas diferenciadas para o Natal e Ano Novo
Dezembro é um mês corrido e cheio de tentações gastronômicas. É
difícil manter a rotina alimentar com tantas opções na ceia de Natal, o
almoço do dia 25, a ceia de Réveillon e o almoço do dia 1° de janeiro.
Sem contar as bebidas e a preguiça de ir para a academia.
Mas o programa Meu Prato Saudável, maior projeto de reeducação
alimentar do país idealizado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP e o Instituto do Coração (Incor), unidades ligadas à
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, mostra que é possível manter
uma boa alimentação, mesmo nesta época do ano.
A ideia do programa é mudar, sem muitas restrições, os hábitos
alimentares da população, por meio de orientações de como se alimentar
de forma saudável em todas as refeições do dia, e assim, manter um peso
saudável ou até mesmo reduzi-lo, evitando, desta forma, doenças
relacionadas à má alimentação, como diabetes, hipertensão e doenças
cardiovasculares.
Para a montagem dos pratos durante as festas de final de ano, a
nutricionista do programa, Lara Natacci, explica que é importante
preencher metade do prato com vegetais crus e cozidos. Para a outra
metade, deve-se colocar 1/4 de alimentos ricos em proteínas animal (peru
assado ou chester ou lombo magro assado ou carne de boi, frango, peixe,
ovos, com pouca gordura) e vegetal (lentilha, ervilha, grão-de-bico,
soja, feijão). O outro 1/4 do prato deve ser preenchido com alimentos
ricos em carboidratos, de preferência em sua forma integral, como a
farofa, arroz, massas, batatas, mandioca, mandioquinha e farinhas.
"Alguns alimentos gordurosos e doces, que compõem a ceia de Natal,
podem dificultar a digestão, provocando mal-estar, flatulência e
sonolência. O ideal é dar preferência para carnes mais magras, como o
peito de chester, por exemplo, e evitar molhos muito gordurosos e
frituras, além do bacon na farofa. As sobremesas podem ser compostas de
saladas de frutas ou doces não muito gordurosos", afirma Lara.
Com o clima quente, também não se pode esquecer de repor a água e os
nutrientes perdidos devido a maior transpiração. É preciso tomar
bastante água e sucos naturais. Além disso, é importante aumentar o
consumo de frutas frescas, que contêm cerca de 80% a 90% de água e, em
sua maioria têm poucas calorias e muitas fibras e vitaminas. Isso vale
em especial para crianças e idosos, para evitar a desidratação.
Cereais integrais, frutas, verduras, arroz, feijão e batata são ricos
em carboidratos complexos, ótimas fontes de energia e essenciais para
regular a quantidade de açúcar no sangue, evitando a hipoglicemia (falta
de açúcar no sangue, que pode ter como causa, entre outras, a má
alimentação).
Já os carboidratos simples, por serem rapidamente absorvidos,
desestabilizam a taxa de açúcar do sangue, oferecendo somente picos de
energia. Devem ser, portanto evitados o açúcar e os doces em geral.
Quanto à gordura, um mínimo é essencial para algumas atividades
normais do organismo, como o transporte de vitaminas, mas é necessário
dar preferência às ricas em ácidos graxos poli-insaturados, como
sementes oleaginosas (nozes, castanhas), óleo de girassol e canola, a
maionese e o azeite de oliva, pois são mais saudáveis e não aumentam as
taxas do colesterol sanguíneo.
A ingestão de sal, principalmente nesta época do ano, deve ser
moderada, para evitar retenção hídrica e um consequente inchaço. Para
facilitar a digestão, é necessário fazer refeições com pequenos volumes
várias vezes ao dia (de quatro a seis pequenas refeições, a cada três
horas) e mastigar bem os alimentos.
No caso de consumo de bebidas alcoólicas, é importante não estar de
estômago vazio e também alternar com a ingestão de bebidas não
alcoólicas (por exemplo, tomar um copo de cerveja e logo depois um copo
de água). "Temos que nos lembrar que a quantidade máxima de álcool a ser
ingerida é de duas doses para homem e uma dose para mulher. Uma dose
equivale a uma lata de cerveja ou uma taça de vinho", explica a
nutricionista.
Da Secretaria da Saúde
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