Câmara acata veto parcial às Garagens Subterrâneas mas deve
criar Lei para revogar integralmente
Os vereadores de Ilhabela acataram por unanimidade o veto
parcial ao projeto de Lei 98/2012, que “Autoriza a construção de Garagens
Subterrâneas em imóveis públicos e privados no município” durante a sessão
ordinária realizada na terça-feira (26/2). O projeto foi proposto pelo
ex-vereador Jadiel Vieira, Keko e aprovado na legislatura passada. O Executivo
sancionou a Lei parcialmente, enviando ao Legislativo veto parcial aos artigos
4º, 6º, 7º e 8º.
A Prefeitura justificou o veto parcial alegando que os artigos
em questão confrontavam e careciam de previsão no Plano Diretor, e uma mudança
nessa Lei deveria ser precedida de ampla discussão com a sociedade e de parecer
do Conselho Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Socioambiental, o que
não ocorreu. Outro motivo citado no ofício assinado pelo prefeito Toninho
Colucci (PPS) é que os dispositivos vetados deveriam ser objeto de Lei
Complementar, sendo essa uma prerrogativa do poder Executivo.
Na discussão da matéria, os pares deixaram claro que o veto
parcial não extinguia a Lei, que já está em vigor, sob o número 982/2012. “Se
tem vício de iniciativa, porque não vetou o projeto inteiro? O veto a esses
artigos cessa o direito da Prefeitura em fiscalizar. Ninguém vai fiscalizar
então?”, questionou o vereador Carlos Alberto, Carlinhos (PMDB), que se absteve
da votação.
O vereador Onofre Sampaio Junior, o Sampaio (PTdoB)
ressaltou que todo o trâmite do projeto foi errado, sendo a matéria aprovada
“ao apagar das luzes numa sessão extraordinária”. O parlamentar lembrou ainda
que o vereador Carlinhos conheceu bem o processo, já que era presidente da Casa
à época, mas concordou com o colega quanto a alegação de que o vício de
iniciativa apontado pelo Execuivo deveria ser motivo para veto integral.
O vereador Luizinho da Ilha (PCdoB) disse que o projeto
“começou errado, caiu no nosso colo e temos que resolver da maneira mais
correta e coerente, pois a população espera isso da gente”. No mesmo sentido, a
vereadora Dra. Rita Gomes (PTdoB) lembrou que naquele momento a única saída era
acatar o veto, mas que a ação não melhoraria em nada, uma vez que a Lei foi
sancionada parcialmente e está em vigor. “Ficou o ônus para esta Casa. Temos
que discutir melhor esse assunto e ver como vamos resolver”, completou.
Foto: Leninha Viana/CMI |
O vereador Dr. Thiago (PSDC) fez um esclarecimento aos
presentes e aos internautas, lembrando que a Lei já existe e que não coube aos
atuais vereadores aprová-la. “Esse projeto teve o trâmite totalmente errado,
feriu o Plano Diretor, a Lei Orgânica, não passou pelos Conselhos, totalmente
ilegal. Cabe a nós agora, fazer um novo projeto de Lei revogando essa existente
e matar esse projeto integralmente”, sugeriu.
A vereadora Professora Dita (PTB) também se posicionou
contrária às Garagens Subterrâneas. “Fico triste porque sou totalmente contra e
eu não estava aqui quando esta Lei foi aprovada. Da forma que está aí, a
Prefeitura está tirando totalmente sua responsabilidade. Esse veto não quer
dizer nada, porque hoje, qualquer um pode fazer uma Garagem Subterrânea. Isso é
um absurdo, todos nós juntos temos que fazer alguma coisa para mudar isso aí”,
declarou.
Finalizando a discussão, o vereador Professor Valdir
Veríssimo (PPS) lembrou que foi contrário desde o início da proposta e reiterou
que o veto analisado naquele momento não minimizava a questão, pois a Lei já
estava aprovada. “Esse fato ainda complica ainda mais a questão, pois dessa
forma a Prefeitura se exime de sua responsabilidade. Compete a este Legislativo
fazer uma nova Lei para revogar essa existente e por fim realmente resolver a
questão, até porque o Plano Diretor é omisso quanto a isso. Não podemos pagar o
ônus do passado nesse sentido”, sentenciou. O veto terminou acatado pela
maioria, com abstenção do vereador Carlinhos (PMDB).
Fonte: CMI
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