Um antigo navio de pesquisa da Universidade de São Paulo
(USP) pode ser transformado em um “recife artificial” no Arquipélago de
Ilhabela e ainda ter suas peças e equipamentos expostos no Museu de Naufrágio
da cidade. A proposta foi apresentada pelo prefeito de Ilhabela, Toninho
Colucci (PPS), acompanhado pelo deputado federal e ex-prefeito de Santos, João
Paulo Papa (PSDB), ao governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Eles tentam reverter uma decisão da universidade, que
pretendia destinar o antigo navio de pesquisas oceanográficas “Professor
W.Besnard” para ser cortado e vendido como sucata. No último sábado (13/2),
Colucci e o deputado federal esteviram na sede da Praticagem de São Paulo, na
cidade de Santos, para uma reunião sobre o caso.
A proposta da Prefeitura de Ilhabela é que os equipamentos
sejam expostos no museu, já que trata-se de um importante navio de pesquisa que
por muitos anos esteve na Antártida. Além disso, a carcaça do navio seria
afundada após processo de descontaminação. Trata-se do chamado naufrágio
controlado. O ato também marcaria o 1º Centenário do Naufrágio do “Príncipe de
Astúrias”, o maior naufrágio ocorrido em Ilhabela e em toda a costa brasileira.
Segundo o prefeito Toninho Colucci, o governador se mostrou
simpático a proposta apresentada. Conforme reportagem publicada pelo Jornal A
Tribuna, de Santos, profissionais envolvidos com a embarcação, o comandante
Waldir da Costa Freitas (que passou 35 anos a bordo do Besnard); o diretor de
Relações Institucionais da Praticagem de São Paulo, o prático Fábio Mello
Fontes (que participou de três expedições à Antártica dentro do navio); e o
perito naval Antonio Alonso (responsável pela manutenção) participaram da
reunião e receberam o projeto com muito entusiasmo – assim como o vice-diretor
do Instituto Oceanográfico da USP e pesquisador Michel Michaelovitch de
Mahiques.
O vice-diretor do Instituto Oceanográfico revelou que foi
feita uma licitação para encontrar empresas dispostas a desmontar o navio para
que ele fosse vendido como sucata. Porém, tal processo ainda não foi publicado.
Para reverter a situação, Mahiques sugeriu aos participantes
da reunião que fosse redigido um documento formal ao reitor da USP, Marco
Antonio Zago, contendo a proposta do prefeito de Ilhabela. O ofício deverá ser
encaminhado ainda nesta semana.
PMI
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