Revelada a verdadeira origem do nome da Praia do Bonete, em Ilhabela
Documento no Arquivo do Estado informa que, em 1608, Antônio “Bonete”
recebeu a sesmaria da praia. As pesquisas são do Instituto Arqueológico
de Ilhabela que também dão conta que no local houve um grande engenho de
açúcar com mais de 90 escravos
As pesquisas arqueológicas e os levantamentos documentais resultaram em
descobertas inéditas que ajudam a desvendar a verdadeira história da
Praia da Bonete. Os estudos fazem parte do projeto de Gestão e
Diagnóstico do Patrimônio Arqueológico de Ilhabela (GEDAI), do Instituto
Histórico, Geográfico e Arqueológico de Ilhabela, coordenado pela
arqueóloga Cintia Bendazzoli.
As pesquisas em todo o arquipélago são mantidas pela Prefeitura de
Ilhabela, por meio da Secretaria da Cultura. “A cada nova descoberta não
só resgatamos e ajudamos a preservar a história do arquipélago, como
também estimulamos o turismo histórico”, destaca o prefeito Toninho
Colucci.
Sítios arqueológicos indígenas recentemente localizados e cadastrados
naquela região revelam que a Praia do Bonete, na região sul de Ilhabela,
foi primeiramente ocupada há 1.050 anos pelos povos sambaquieiros, ou
seja, grupos que construíam os “sambaquis”: monumentos funerários feitos
de conchas nos quais eram sepultados os mortos. A datação foi obtida
através de amostras coletadas em um dos sítios arqueológicos localizados
e analisadas em um laboratório em Miami, EUA. As pesquisas revelaram
ainda que, posteriormente, outros grupos indígenas vieram para a região.
Eram populações indígenas Macro-Jê, ceramistas e horticultores, e que
produziam grande diversidade de artefatos. Os povos Macro-Jê ocuparam a
região do Bonete aproximadamente 350 anos atrás, deixando inúmeros
vestígios arqueológicos nas tocas que utilizavam para se abrigar. A
datação da ocupação pelos povos Macro-Jê foi obtida através da análise
de fragmentos de utensílios de cerâmica deixados nos sítios
arqueológicos provenientes dessas populações.
Sesmaria - Com a chegada dos primeiros colonizadores, os índios foram
gradativamente sendo expulsos do seu território e as praias da região
transformadas em Sesmarias e cedidas aos principais colonizadores e
aliados do governador da capitania. Em 1608, explica a arqueóloga, a
Sesmaria desta praia foi doada a Antônio Bonete e, por conta disso, ela
passou a ser conhecida como Praia do Bonete, nome que perdura até os
dias atuais.
As sesmarias eram terras que os reis de Portugal cediam para que os
primeiros colonizadores as cultivassem garantindo ao Reino a posse do
território e o lucro com a cobrança de impostos com a comercialização
dos gêneros produzidos.
O documento da Sesmaria de Antônio Bonete foi localizado pela
arqueóloga em levantamento documental realizado no Arquivo do Estado de
São Paulo, e segundo a pesquisadora, põe fim à polêmica em torno da
origem do nome da praia.
Com o tempo a Sesmaria de Antônio Bonete foi passada para seus
descendentes, tendo funcionado naquela praia um grande engenho de açúcar
que possuía mais de 90 escravos. A presença escrava no Bonete foi muito
marcante, sendo até hoje conhecidas na região as histórias sobre a
presença do escravo Estevam e sobre o caminho que utilizava para se
deslocar pela mata. “A realização de levantamentos arqueológicos,
pesquisas documentais e também as importantes datações dos sítios, vêm
ampliando de maneira significativa o entendimento da verdadeira história
da ocupação deste arquipélago, bem como, contribui para a valorização e
preservação do nosso rico patrimônio cultural, histórico e
arqueológico”, ressalta o secretário da Cultura de Ilhabela, Nuno Gallo.
As pesquisas arqueológicas em Ilhabela seguem a todo o vapor. A etapa
de escavações arqueológicas que poderá revelar ainda mais sobre esta
antiga ocupação sambaquieira - com de mais de mil anos na região do
Bonete. A previsão é que tenham início ainda este mês, e será realizada
em sítios de diferentes regiões da ilha, bem como nas ilhas da Vitória e
dos Búzios. Os levantamentos documentais também terão continuidade e
servirão como subsídio para o melhor entendimento da verdadeira história
das praias do arquipélago.
Praia do Bonete – Localizado na região sul de Ilhabela, o Bonete conta
com cerca de 70 famílias, é a maior comunidade caiçara do arquipélago. A
comunidade preserva a riqueza de sua cultura tradicional, um exemplo é a
Festa de Santa Verônica que acontece sempre na primeira semana de julho
e que atravessa gerações. Ainda hoje, a ladainha é rezada em latim.
Antigamente, a festa de Santa Verônica também era o momento em que os
moradores que deixavam a comunidade voltassem para confraternizar e
visitar seus familiares.
Para se chegar ao Bonete pode-se ir de barco ou trilha. O local possui
acesso por terra apenas para pedestres, a partir do bairro Sepituba. São
14km de caminhada, passando por diversas cachoeiras, entre elas a da
Laje e a do Areado. A trilha exige boa forma física, percorrendo terreno
acidentando e muitas vezes íngreme; o que costuma exigir uma caminhada
superior a cinco horas, contando-se paradas para tomar banhos nas
cachoeiras. A praia de areias claras e boas ondas para a prática do
surfe é ideal para quem quer tranquilidade, contato com a natureza e com
a cultura local.
Fonte: PMI
Spot: Prefeitura e Rotary promovem Campanha de Doação de Sangue no dia 10 de abril em Ilhabela
Uma parceria entre o Rotary Clube e a Prefeitura de Ilhabela, por meio
da Secretaria de Saúde, promoverá uma Campanha de Doação de Sangue no
próximo dia 10 de abril, das 7h30 às 12h, no Lar do Ancião, em frente ao
Hospital Mário Covas, na Barra Velha. Podem doar sangue pessoas com
idades entre 18 e 65 anos, com mais de 50 kg e que tenham boa saúde;
mulheres que não estejam grávidas ou amamentando; quem não teve
diagnóstico de hepatite ou outra doença transmissível (aids, sífilis,
chagas, malária); que não utilize medicamentos ou consuma drogas; quem
não tenha feito tatuagem, piercings ou cirurgia nos últimos dois anos e
quem não tenha tomado vacina nos últimos 30 dias.
Para doar sangue é necessário também levar um documento com foto.
Recomenda-se não doar sangue em jejum, não ingerir bebida alcoólica nem
alimentos gordurosos nas 12 horas anteriores a doação, fazer repouso de
no mínimo seis horas na noite anterior à doação e evitar fumar duas
horas antes de doar.
Fonte: PMI
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