sábado, janeiro 24, 2015

Projeto Garoupa protege espécie globalmente ameaçada de extinção

Técnica utilizada no projeto propicia reprodução em cativeiro inédita no mundo


O Projeto Garoupa, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, está contribuindo para evitar a extinção da chamada garoupa verdadeira (Mycteroperca marginata), peixe listado entre as espécies globalmente ameaçadas de extinção pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN). Uma base foi montada em Ilhabela (SP) para a larvicultura da espécie, que consiste na criação de larvas de peixes em cativeiro para reprodução assistida em tanques com cuidados especiais como controle de temperatura e salinidade da água. As desovas no local totalizam mais de 1 milhão de larvas geradas e estocadas em tanques de vinil. A reprodução da espécie em cativeiro é inédita no mundo e a taxa de sucesso da eclosão já alcança 95%. O objetivo, no entanto, é aumentar ainda mais esse índice, uma vez que a sobrevivência final de espécies obtidas da larvicultura fica entre 5 a 10% da desova inicial.

“A garoupa é um peixe marinho carnívoro com tamanho entre 1,60 e 1,70 m e peso entre 80 e 90 kg que se alimenta de lulas, polvos, sardinhas e bonitos, entre outros peixes, e vive nas águas do Brasil, da África, do Caribe e do Mar Mediterrâneo. A carne é bastante apreciada na culinária brasileira, mas o consumo da espécie tem sido predatório. Com o patrocínio da Petrobras, temos o objetivo de repor as populações para que o recurso natural esteja disponível na natureza para uso com parcimônia, de forma sustentável", explica o engenheiro de pesca, mestre em Biologia Marinha e coordenador geral do Projeto Garoupa, Maurício Roque da Mata Júnior.
  
Para evitar a extinção da garoupa verdadeira, o Projeto Garoupa está presente em sete municípios do Rio de Janeiro (Angra dos Reis, Itaguaí, Mangaratiba, Paraty, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios) e quatro de São Paulo (Ubatuba, Ilhabela, Caraguatatuba e São Sebastião). O projeto trabalha com o reconhecimento dos habitats desse peixe, locais que oferecem abrigo e alimento à garoupa. Abrange a coleta de dados físicos desses habitats, tais como a quantidade e o tamanho das tocas do peixe, a temperatura da água, medida várias vezes ao dia, e detalhes sobre a topografia da região. O Projeto Garoupa reúne, também, dados biológicos, tais como a quantidade de peixes existentes, a identificação de cada um por fotos e a identificação de bentos (seres que vivem próximos ou grudados ao substrato marinho e servem de alimento à fauna). A sobrevivência dos peixes é monitorada na natureza através de técnicas como a telemetria (obtenção, processamento e transmissão de dados à distância). Por fim, é feita a larvicultura da garoupa. “Um plantel (grupo de animais selecionados) de 20 reprodutores pegos na natureza é trocado com frequência, para garantir a variabilidade genética”, diz Maurício Roque.

Complementa o trabalho a educação ambiental de crianças, adolescentes e adultos em escolas públicas e de outros públicos, como quilombolas, índios, pescadores e turistas, através de palestras e oficinas, assim como a formação de multiplicadores. "É preciso agir em múltiplas frentes. Não há tempo a perder. A legislação brasileira proíbe a pesca da garoupa com menos de 47 cm. Com esse tamanho, todos os peixes da espécie - que é hermafrodita temporária - são ainda fêmeas, tornando-se machos os maiores peixes quando atingem de 0,9 cm a um metro", complementa Roque.

Programa Petrobras Socioambiental

Por meio do Programa Petrobras Socioambiental: Desenvolvimento Sustentável e Promoção de Direitos, a Petrobras investe em projetos de todo o país, com foco nas linhas de atuação Produção Inclusiva e Sustentável, Biodiversidade e Sociodiversidade, Direitos da Criança e do Adolescente, Florestas e Clima, Educação, Água e Esporte.

Fonte: Agência Petrobras 

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