Instituto Arqueológico de Ilhabela localiza documentação histórica sobre o município
As recentes pesquisas realizadas pela Prefeitura de Ilhabela, por meio do Instituto Histórico Geográfico e Arqueológico (IHGAI) da Secretaria de Cultura, resultaram na localização de dois importantes documentos sobre a história da cidade. O primeiro deles é o documento original assinado pelo então governador da província de São Paulo, Antonio José da Franca e Horta, que determinava a criação de Villa Bella da Princesa na ilha de São Sebastião e a sua desvinculação da Vila de São Sebastião, no continente.
O documento datado de 03 de setembro de 1805, dia em que é comemorado o aniversário da cidade, aponta ainda a necessidade da construção de uma casa de câmara e cadeia, e a instalação de um pelourinho. Apesar da transcrição desse documento já ter sido divulgada em uma publicação datada de 1958 e posteriormente publicada no livro “Uma viagem pela história do arquipélago de Ilhabela” de Nivaldo Simões, o documento original ainda não havia sido localizado.
As pesquisas que vêm sendo realizadas pela equipe do Projeto de Gestão e Diagnóstico Arqueológico, coordenado pela arqueóloga Cintia Bendazzoli, resultaram na localização deste documento que se constitui no importante marco criador de Villa Bella da Princesa, atual Ilhabela.
Outro documento inédito, e de igual importância, consiste na primeira ata da então recém criada Câmara de Villa Bella da Princesa. Neste documento constam as nomeações para os principais cargos a serem exercidos em Villa Bella, como o do primeiro Capitão Mor, Juiz, Vereadores e Procurador. À exceção do cargo de Capitão Mor ocupado primeiramente por um dos mais importantes membros da elite na época, Julião de Moura Negrão, os demais membros que ocuparam os principais cargos na Câmara de Villa Bella da Princesa eram completamente desconhecidos até a descoberta deste importante documento.
Datado de 08 de fevereiro de 1806 e endereçado ao governador da Província Antonio José da Franca e Horta, este documento também descreve as solenidades que acompanharam a eleição dos cargos e as festividades em decorrência dessa nova fase na história da pequena vila. Em um dos trechos o documento descreve os presentes: “Participamos a vossa excelência que no dia 23 de janeiro próximo pretérito, pelo doutor corregedor Joaquim Procópio Picão Salgado, presentes a câmara Capitão Mor; Cleros (ilegível) e grande parte do povo da vila de São Sebastião foi ereta nesta ilha supradita com a solenidade e vivas do costume a nova vila com o título de Villa Bella da Princeza no lugar denominado a Capela, por ser o mais cômodo e apto para uma grande povoação, e o mais freqüentado de moradores e das embarcações mercantes. Foram eleitos para juízes e presidentes; Julião de Moura Negrão e Antônio Lourenço de Freitas, para vereadores José de Moura Negrão, Rafael Pinto da Rocha, o Alferes Joaquim Garcia Veiga e para procurador o Alferes José Pacheco do Nascimento”...
Os documentos têm grande importância para a compreensão dos processos de criação de Villa Bella da Princesa e do início de sua jurisdição própria. As novas informações sobre as diferentes personalidades que ocuparam cargos de grande destaque no cenário colonial desse vilarejo também são de grande relevância. Imagens dos documentos serão reunidas numa exposição do Centro de Memória Legislativa, organizado pela Câmara Municipal que deve ser inaugurado nos próximos dias.
Fonte: PMI
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