Foto: Luis Gava/PMC
Mesmo diante dos avanços na defesa dos direitos da mulher, a violência ainda é um assunto que necessita ser falado. Caraguatatuba presenciou em menos de uma semana casos de feminícidio que chocaram a cidade pela forma como ocorreram. Muitas vezes, por medo ou intimidação, as vítimas de violência doméstica não denunciam os agressores e o final pode ser brutal.
Em Caraguatatuba, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) atua na investigação de crimes contra a mulher, cometidos no âmbito doméstico e familiar, além de delitos contra a dignidade sexual de mulheres, crianças e adolescentes e no enfrentamento aos crimes envolvendo crianças e adolescentes, tais como maus-tratos, tortura, abandono de incapaz, entre outros.
Segundos dados da DDM, os crimes com maior incidência foram de lesão corporal e ameaça no âmbito da violência doméstica, com 553 boletins de ocorrência desta natureza registrados de 2020 até os dias de hoje. A Delegacia já conseguiu esclarecer cerca de 220 casos, resultando na prisão ou aplicação de medidas protetivas contra o agressor.
Outro dado foi o aumento dos casos de feminicídios. Em 2020, nenhum caso foi registrado, este ano, já foram quatro registros na DDM.
A delegada da mulher, Patrícia Casanova Crivochein, reforça às mulheres para que façam a denúncia e, o mais importante, que auxiliem nas investigações, comparecendo ao Instituto Médico Legal (IML) para realização do exame de corpo de delito, apresentando testemunhas e documentos para contribuir no esclarecimento dos casos.
“A sociedade também precisa colaborar. Ser testemunha, ou "meter a colher", é um passo importante na defesa das mulheres, que muitas vezes se veem sozinhas nessa luta. Mas não estão! Devemos nos sentir empoderadas e encorajadas a nunca se calar diante da violência. Uma por todas, todas por uma. Esse é o lema! Estou à disposição de todas”, ressaltou a delegada.
Caraguatatuba possui uma rede de proteção que auxilia na resolução dos casos. O Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), inaugurado em 2017, presta atendimento às mulheres vítimas de violência.
As denúncias chegam ao CIAM por meio da Delegacia da Mulher (DDM), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Referência de Assistência Social (Cras) ou por demanda espontânea, quando a própria vítima busca ajuda. O processo de acolhimento é realizado em duas por etapas: avaliação e acompanhamento.
Na avaliação é classificado o risco do caso e decidido junto com a mulher as medidas que serão tomadas. Após esse primeiro contato, a vítima passa por orientação com assistente social, psicóloga e orientação jurídica.
Já o acompanhamento é realizado por meio de atendimentos individualizados, visita domiciliar e grupos (suspensos agora devido à pandemia).
O objetivo é o empoderamento das mulheres por meio de espaços de reflexão e conhecimento dos seus direitos, permitindo assim com que ela ressignifique a violência sofrida e trace novos planos para sua vida.
Para denunciar qualquer ato de violência contra a mulher, ligue 180. Esse número é gratuito, confidencial (anônimo) e funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionado de qualquer lugar do Brasil.
Dados da violência
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, é o responsável por atender todos os casos de violência do município, seja criança, adolescente, mulher ou idoso que tiveram seus direitos violados. Em 2021, os números de atendimento, principalmente com crianças, adolescente e mulheres, aumentaram.
A violência psicológica registrou um aumento de 30% nos casos contra criança e adolescente. Já em relação às mulheres os números triplicaram. O confinamento
Serviço:
- Centro Integrado de Atendimento à Mulher - CIAM – Avenida Cuiabá, 400 – Indaiá (próximo ao AME)
Telefone: 3883-9908
Horário de atendimento: segunda a sexta, das 9h às 15h
- Delegacia de Defesa da Mulher – DDM - Avenida Maranhão, 341 - Jardim Primavera
Telefone: 3882-3242
Horário de atendimento: Segunda a sexta, das 9h às 18h
- Centro de Referência Especializado de Assistência Social – Creas - Rua Senador Feijó, 165 - Jardim Aruan
Telefone: (12) 3886-2960
PMI
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