Arte / Imagem: Divulgação
A Prefeitura de Ilhabela divulgou nesta quinta-feira (12), que o Galpão das Artes receberá no dia 17 de maio, três sessões do espetáculo “Crioulos”, às 9h30, 15h e 20h, todas as sessões são gratuitas. O Galpão das Artes fica na rua da Cocaia, 720, bairro Cocaia.
O espetáculo “Crioulos”, mescla temas históricos da negritude, a partir de uma narrativa ficcional, uma viagem que aborda desde fantasmas da Ku Klux Klan, Gorilas, à temas como os efeitos da segregação racial, pela narrativa e ótica do personagem - Crioulo - um jovem que perde seu pai,
um ativista das causas sociais, morto por policiais milicianos num conflito racial. Com situações cômicas, ácidas a partir de histórias que revisitam décadas de preconceito, violência, conflitos de raças e identidade, “CRIOULOS” é uma crítica mordaz a respeito das questões raciais, tão presentes nos dias de hoje. Sucesso de público e crítica, a peça teve estreia antes da Pandemia, abordando justamente as semelhanças entre as lutas da Cultura Negra do Brasil e Estados Unidos.
Estéticas Pretas
A Dramaturgia carrega referências como do escritor James Baldiwn, Angela Davis, Conceição Evaristo entre outros, do cinema de Jordan Pelee, do comediante Dave Chapelle, o rapper Tyler The Creator, ao pintor Basquiat. A peça se situa num cenário que reproduz uma área rural dentro da área urbana em formato de encruzilhada, com figurinos unindo o tradicional ao contemporâneo como palhas usadas em rituais do candomblé, pintadas de verde Neon, a figurinos que relembram os anos 50, usando um telão de fundo como uma Tv, que projeta imagens diversas como dos grandes ícones negros brasileiros Grande Otello e Tião Macalé, a imagens como furos realistas das passagens e conflitos raciais do Brasil, como o caso de Sandro do ônibus 174, do Rio de Janeiro, junto a pinturas do Navio Negreiro de Rugendas, telão usado
também como teatro de sombras.
A trilha sonora que mescla músicas antigas da era Disco Black americana ao Samba brasileiro como da banda ‘Originais do Samba’ do comediante negro Mussum Zacarias, com ruídos permanentes de tiros que representam genocídio da população periférica e sua vulnerabilidade, criando uma estética irônica e singular com potencial ilimitado acerca do tem 'Racismo', numa crítica mordaz, entrelaçando a realidade brasileira, a momentos políticos importantes da história da população negra estadunidense, como por exemplo citando sonoramente discursos do ícone político Martin Luther King.
Ficção Negra
Usando de linguagens múltiplas como o teatro, dança, música e vídeo projeção, a peça indaga: Como fazer o protagonismo negro acontecer a partir de narrativas originalmente negras? Como fazer essas narrativas serem cada vez mais estruturadas para um alcance maior na cena teatral da cultura e arte do Brasil? Como quebrar qualquer tipo de dependência histórica para que criações sejam fomentadas, e novas subjetividades negras aconteçam?
A encenação de “Crioulos” aborda, a partir dos efeitos causados pelo histórico da segregação instituída em muitos países. A plateia logo no início da peça é convidada a ser segregada entre negros e brancos, como uma viagem no tempo, numa proposta cênica que faz refletir a fundo as consequências da segregação racial no mundo contemporâneo.
Com 7 Atores negros com experiencias artísticas diversas, pensamos que pela linguagem do Humor, sistema que fez a própria negritude dentro da história da arte ser estereotipada desde os tempos do Teatro de Revista Brasileiro, ser justamente a linguagem, que usando de ironia, sátira, e critica, a linguagem que pode conectar o público, e gerar um sistema empático, para se discutir e refletir de forma profunda e singular o tema Racismo, tão abordado principalmente no eixo Estados Unidos e Brasil, sob formas sensíveis que só o teatro pode proporcionar.
A peça dialoga também, enquanto estética gestual, com partituras corporais, que, diluídas em cena, ajudam compor uma dramaturgia de cena, representando a cultura negra e sua diáspora como exemplo as Dança Negras, a temas que abordam violência e genocídio, pelas linguagens infinitas criada por vanguardas da cultura negra Americana e Brasileira e seus atravessamentos, indagando sobre: o que nos legitima e o que nos silencia com a intervenção constante, onde um sistema estrutural nos impõem – quais corpos detém autorizações durante as passagens históricas, das permissões que ditam: Quando? Quem? E como podem atuar esses corpos negros numa sociedade que se diz pelo menos em Lei governar de forma igualitária para todos.
Ficha Técnica
Texto e Direção | Caio D’Aguilar
Elenco | Anderson Negreiro, Ilunga Malanda, Caio D'aguilar, Fernanda
Ross, Kenan Bernardes, Alberto Pereira Jr. e Carlos De Niggro
Luz | Junior Docini
Figurino | Adélia Well e Maiwisi Ayana
Cenógrafo | Diego Machado
Conselheiro | Eduardo Silva
Preparador Corporal | Boogaloo Begins (Thiago Silva)
Arte e Imagens | Luciano Angelotti
Som | Marcos Fêlinto
Fotografia | Vitor Pickersgill
Vj (projeção) | Mário Alves
Produção Executiva | Taynã Marquezone
Informações Complementares:
Duração do espetáculo: 90 minutos
Público alvo: Aberto para todos os públicos
Indicação Classificativa: 12 anos*
Mais informações:
instagram: @projetocrioulos
face: PROJETO CRIOULOS
PMI
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