Educação
Alunos julgam atos de Getúlio Vargas
Os alunos do 3° B do Ensino Médio da Escola Estadual Nair Ferreira Neves, do bairro de São Francisco, em São Sebastião, julgaram os atos na sexta-feira, 21, de uns dos personagens mais controversos da História do Brasil, o ex-presidente Getúlio Dornelles Vargas (1882-1954). Durante as duas horas do julgamento, acusação e defesa travaram um duelo de argumentos sobre a conduta de Vargas em seus dois mandatos presidenciais, de 1930 a 1945, e de 1951 a 1954. Na simulação dos alunos o “pai dos pobres” foi declarado culpado.
Entre 1930 e 1945, seu governo foi marcado por três fases: de 1930 a 1934, governo provisório; de 1934 a 1937, no governo constitucional, eleito pelo Congresso Nacional; de 1937 a 1945, no Estado Novo. Na segunda vez que subiu ao poder, de 1951 a 1954, foi eleito pelo voto direto, ano em que cometeu suicídio, com um tiro no coração no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, capital federal da época.
A iniciativa da criação do tribunal partiu da professora de história, Laurita dos Santos. “O importante é que os alunos conseguiram ter postura e conhecimento da vida de Getúlio. Foi gratificante porque eles estudaram de uma maneira diferente e todos se envolveram no trabalho realizado e que o esforço não foi em vão.”
Tomaram parte no júri os alunos Tânia Costa (juíza), Willian Chiotaro (advogado de defesa), Camila Lima (Getúlio Vargas), Camila Paiva (Carlos Lacerda) e Divie Sidrins (promotora), além advogados auxiliares e dos jurados (estudantes do 3°A).
Muitos dos episódios positivos e negativos da vida pública de Vargas foram relatados pelo júri como: a Revolução de 30, a Revolução Constitucionalista de 32, BNDES, CLT, morte dos estudantes (Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga), atentado contra Carlos Lacerda (que provocou a morte do major Rubens Florentino Vaz), relação com os países do Eixo, criação da Petrobras (e outras estatais), entre outras coisas.
Para os alunos que participaram da atividade o mais importante não foi o veredicto. Segundo o aluno Willian Chiotaro, advogado de defesa, a experiência foi gratificante. “Gostei da atividade apesar dos momentos de pressão em que os protestos justos eram negados.” A estudante Divie Sidrins, promotora do caso Vargas, gostou de saber sobre a vida do réu. “Aprendemos história de um jeito diferente do que estamos acostumados a ver em sala de aula.”